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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Escolhas

Escolhas
Presidente Thomas S. Monson

(...) Tenho pensado ultimamente a respeito de escolhas. Já foi dito que a porta da história gira em torno de pequenas dobradiças e o mesmo se dá com a vida das pessoas. As escolhas que fazemos determinam nosso destino.

Quando deixamos nossa existência pré-mortal e entramos na mortalidade, trouxemos conosco o dom do arbítrio. Nosso objetivo é alcançar a glória celestial, e as escolhas que fazemos, em grande parte, vão determinar se alcançaremos ou não nosso objetivo.

Muitos de vocês conhecem o clássico romance Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Vocês devem lembrar-se de que ela chegou a uma encruzilhada, tendo dois caminhos a sua frente, cada qual se estendendo em direção oposta. Ao pensar sobre qual caminho deveria seguir, ela se deparou com o Gato Risonho e perguntou a ele: “Que caminho devo seguir?”

O gato respondeu: “Depende do lugar para onde quer ir. Se não sabe para onde quer ir, pouco importa o caminho que vai tomar”.1

Ao contrário de Alice, sabemos para onde queremos ir, e o caminho que vamos tomar realmente importa, pois o caminho que tomamos nesta vida nos leva ao nosso destino na vida futura.

Tomemos a decisão de edificar dentro de nós uma fé vigorosa que será nosso mais eficaz baluarte contra os desígnios do adversário — uma fé real, o tipo de fé que vai amparar-nos e reforçar nosso desejo de escolher o que é certo. Sem essa fé, não vamos a lugar algum. Com ela, podemos alcançar nossos objetivos.

Embora seja imperativo escolher com sabedoria, há momentos em que faremos escolhas insensatas. O dom do arrependimento, oferecido por nosso Salvador, permite-nos corrigir nosso curso, para que voltemos ao caminho que vai nos levar à glória celestial que buscamos.

Tenhamos a coragem de contrariar o senso comum. Escolhamos sempre fazer o certo mais difícil em vez de fazer o errado mais fácil.

Ao ponderarmos as decisões que tomamos todos os dias em nossa vida — sejam elas quais forem —, se escolhermos a Cristo, vamos ter feito a escolha certa.

Que assim seja. É minha sincera e humilde oração em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Amém.


Nota
1. Adaptado de Lewis Carroll, Alice’s Adventures in Wonderland [Alice no País das Maravilhas], 1898, p. 89.


quarta-feira, 29 de junho de 2016

Leais à Fé de Nossos Antepassados

Família Pioneira Ajoelhada na Neve, de Michael T. Malm
Leais à Fé de Nossos Antepassados
Thomas S. Monson
Presidente Thomas S. Monson

John Linford tinha 43 anos quando ele e sua mulher, Maria, e três de seus filhos tomaram a decisão de sair de sua casa, em Gravely, Inglaterra, para viajar milhares de quilômetros a fim de reunirem-se com os santos no Vale do Grande Lago Salgado. Deixaram para trás o quarto filho, que estava servindo missão, venderam seus pertences e embarcaram no navio Thornton, em Liverpool.

A viagem pelo mar até a cidade de Nova York e depois por terra até Iowa transcorreu sem incidentes. No entanto, os problemas começaram pouco após a família Linford e outros santos dos últimos dias que haviam embarcado no Thornton saírem de Iowa City, em 15 de julho de 1856, integrando a malfadada companhia de carrinhos de mão de James G. Willie.

O mau tempo e a árdua jornada resultaram em enfermidade e morte para muitos da companhia, incluindo John. Ele acabou ficando tão doente e fraco que teve de ser transportado dentro de um carrinho de mão. Quando a companhia chegou ao Wyoming, sua saúde havia se deteriorado significativamente. Uma equipe de resgate que saiu de Salt Lake City chegou no dia 21 de outubro, apenas algumas horas após o fim da jornada mortal de John. Ele havia falecido naquela manhã, próximo das margens do Rio Sweetwater.

Será que John lamentava ter trocado o conforto e a tranquilidade pelas dificuldades, provações e pelos problemas que enfrentou para levar sua família a Sião?

“Não, Maria”, disse ele à esposa pouco antes de morrer. “Estou contente por ter vindo. Não vou chegar vivo a Salt Lake, mas você e os meninos vão, e não lamento tudo o que passamos se nossos filhos puderem crescer e criar sua família em Sião.”1

Maria e os filhos concluíram a jornada. Quando Maria faleceu, quase 30 anos mais tarde, ela e John deixaram um legado de fé, serviço, devoção e sacrifício.

Ser santo dos últimos dias é ser pioneiro, porque a definição de pioneiro é “alguém que vai à frente para preparar ou abrir o caminho para que outros o sigam”.2 E ser pioneiro é estar acostumado ao sacrifício. Embora já não se exija que os membros da Igreja abandonem seu lar para fazerem a jornada até Sião, com frequência eles precisam deixar para trás velhos hábitos, costumes de longa data e amigos queridos. Alguns tomam a angustiante decisão de deixar para trás familiares que se opõem à sua filiação à Igreja. Os santos dos últimos dias, porém, seguem adiante, orando para que seus entes queridos venham um dia a entender e aceitar.

O caminho de um pioneiro não é fácil, mas seguimos os passos do mais sublime Pioneiro, sim, o Salvador, que foi à frente, mostrando-nos o caminho a seguir.

“Vem, segue-me”,3 convidou Ele.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”,4 declarou.

“Venha a mim”,5 chamou Ele.

O caminho pode ser difícil. Alguns têm dificuldade para resistir às zombarias e aos comentários maldosos de tolos que ridicularizam a castidade, a honestidade e a obediência aos mandamentos de Deus. O mundo sempre fez pouco caso da fidelidade a princípios. Quando Noé foi instruído a construir uma arca, o povo insensato olhou para o céu sem nuvens e zombou e o ridicularizou: até que as chuvas chegaram.

No continente americano, há muitos séculos, as pessoas duvidaram, questionaram e desobedeceram até que o fogo consumiu Zaraenla, a terra cobriu a cidade de Moronia e a cidade de Morôni submergiu no mar. Não houve mais ridicularizações, zombaria, obscenidade e pecado. Foram substituídos por um sombrio silêncio e uma densa escuridão. A paciência de Deus havia se esgotado, Seu cronograma se cumpriu.

Maria Linford nunca perdeu a fé a despeito da perseguição na Inglaterra, das dificuldades da jornada até “o lugar que Deus (…) preparou”6 e das subsequentes provações que suportou por sua família e pela Igreja.

Em 1937, numa cerimônia realizada ao lado da sepultura em memória de Maria, o Élder George Albert Smith (1870–1951) perguntou à posteridade dela: “Vocês serão leais à fé de seus antepassados? (…) Esforcem-se para ser dignos de todos os sacrifícios que [eles] fizeram por vocês”.7

Ao procurarmos edificar Sião em nosso coração, nosso lar, nossa comunidade e nosso país, lembremo-nos da coragem resoluta e fé inabalável daqueles que deram tudo o que tinham para que pudéssemos desfrutar as bênçãos do evangelho restaurado, com sua esperança e promessa por meio da Expiação de Jesus Cristo.


Notas

  1. Ver Andrew D. Olsen, The Price We Paid [O Preço Que Pagamos], 2006, pp. 45–46, 136–137.
  2. The Compact Edition of the Oxford English Dictionary, 1971, “pioneer”.
  3. Lucas 18:22.
  4. João 14:6.
  5. João 7:37; ver também 3 Néfi 9:22.
  6. “Vinde, Ó Santos”, Hinos, nº 20.
  7. Ver Olsen, The Price We Paid, pp. 203–204.

sábado, 4 de junho de 2016

Nosso Pai, Nosso Mentor

Nosso Pai, Nosso Mentor
Dieter F. Uchtdorf
Presidente Dieter F. Uchtdorf
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência


Alguma vez já abriu uma caixa de peças, tirou as instruções de montagem e pensou: “Isto não faz o menor sentido”?

Apesar de bem-intencionados e autoconfiantes, às vezes pegamos uma peça e perguntamos: “O que é isto?” ou “Onde será que se encaixa?”

Nossa frustração cresce ao olharmos a caixa e vermos o aviso: “Necessita montagem — para crianças a partir de 8 anos de idade”. Como ainda estamos totalmente perdidos, isso não contribui em nada para nossa confiança ou autoestima já abalada.

Às vezes passamos por experiências semelhantes no evangelho. Ao pensarmos em determinado aspecto dele, pode ser que fiquemos perplexos, sem compreender para que serve. Ou ao examinarmos outro princípio, talvez percebamos que, mesmo após árduas tentativas para chegar a um entendimento pleno, simplesmente não conseguimos compreender por que foi incluído.

O Pai Celestial É Nosso Mentor

Felizmente, o Pai Celestial nos deixou instruções maravilhosas para estruturar nossa vida e nos ajudar a atingir nosso potencial. Elas funcionam para todas as idades e circunstâncias. Ele nos concedeu o evangelho e a Igreja de Jesus Cristo. Agraciou-nos com o plano de redenção, o Plano de Salvação, sim, o plano de felicidade. Não nos abandonou à própria sorte em meio a todas as incertezas ou desafios da vida, dizendo: “Chegou a hora da verdade. Boa sorte. Vire-se sozinho”.

Se formos pacientes e tivermos um coração humilde e a mente aberta, constataremos que Deus nos deixou muitas ferramentas para compreendermos melhor Suas instruções detalhadas para nossa felicidade na vida:

Deu-nos o dom inestimável do Espírito Santo, que tem o potencial de ser nosso tutor celestial pessoal ao estudarmos a palavra de Deus e procurarmos harmonizar nossos pensamentos e atos com Sua palavra.
Deu-nos acesso a Ele 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de orações fervorosas e súplicas com real intento.
Deu-nos apóstolos e profetas modernos, que revelam a palavra de Deus em nossos dias e têm autoridade para ligar ou selar na Terra e no céu.
Restaurou Sua Igreja — uma organização de pessoas que creem e trabalham em conjunto para ajudar uns aos outros a operarem sua salvação com temor, tremor e alegria incomparável.1
Deu-nos as santas escrituras, Sua palavra escrita para nós.
Deu-nos inúmeras ferramentas de tecnologia moderna para nos ajudar em nossa jornada do discipulado. Muitos desses instrumentos maravilhosos podem ser encontrados no site LDS.org.
Por que o Pai Celestial nos proporcionou tanta ajuda? Porque nos ama. E porque, como Ele mesmo declarou: “Esta é minha obra e minha glória: Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”.2

Em outras palavras, o Pai Celestial é nosso Deus, e Deus é um mentor para nós.

Nosso Pai Celestial conhece as necessidades de Seus filhos melhor que ninguém. É Sua obra e glória assistir-nos a cada momento, dando-nos recursos materiais e espirituais excepcionais para nos auxiliar em nosso caminho de volta a Ele.

Todo Pai É um Mentor

Em algumas partes do mundo, as famílias e a sociedade como um todo festejam o dia dos pais. É sempre bom honrar e respeitar nossos pais. O pai faz muitas coisas por sua família e tem diversos atributos admiráveis. Dois dos papéis mais importantes que o pai desempenha na vida dos filhos são o de bom exemplo e de mentor. O pai não se limita a dizer aos filhos o que é certo ou errado; faz muito mais do que atirar um manual no colo deles, na esperança de que entendam a vida por si próprios.

O pai é um mentor para seus filhos preciosos e mostra por meio de seu bom exemplo como se leva uma vida honesta. O pai não deixa os filhos sozinhos, mas corre para acudi-los se necessário, ajudando-os a reerguerem-se sempre que tropeçarem. E às vezes o pai permite, por uma questão de sabedoria, que os filhos passem por situações difíceis, pois percebe que pode se tratar da melhor maneira de aprender.

Somos Todos Mentores

Ao passo que os pais terrenos agem dessa forma por seus próprios filhos, a disposição para orientar e acompanhar é algo que precisamos oferecer a todos os filhos de Deus, independentemente da idade, do local ou das circunstâncias de cada um. Lembre-se de que os filhos de Deus são nossos irmãos; todos fazemos parte da mesma família eterna.

Nesse sentido, sejamos todos mentores — ansiosos para estender a mão e amparar uns aos outros a fim de nos tornarmos o melhor que podemos ser. Por sermos filhos de Deus, temos o potencial de nos tornarmos semelhantes a Ele. Amar a Deus e ao próximo, guardar os mandamentos de Deus e seguir o exemplo de Cristo constituem o caminho estreito, apertado e bem-aventurado que nos conduzirá de volta à presença de nossos pais celestes.

Se o Deus do Universo Se importa tanto conosco a ponto de ser um mentor para nós, talvez nós também possamos estender a mão a nossos semelhantes, sem distinção de cor, raça, situação socioeconômica, língua ou religião. Tornemo-nos mentores inspirados e abençoemos a vida dos outros — não só a de nossos próprios filhos, mas também a de todos os filhos de Deus no mundo inteiro.


Ensinar Usando Esta Mensagem

Você pode começar pedindo às pessoas a quem você ensina que pensem numa ocasião em que o Pai Celestial as tenha orientado. Em seguida, peça que pensem em semelhanças entre esse momento e outro em que foram orientadas por seu pai terreno. Incentive-as a anotar as semelhanças na maneira em que foram guiadas e acompanhadas. Desafie-as a procurar aplicar a característica que anotaram a fim de serem um melhor exemplo para os outros.

Crianças
A Ajuda do Pai Celestial

Por nos amar, o Pai Celestial nos deu muitas ferramentas, ou presentes, para nos ajudar. Faça a correspondência entre cada presente e desenho. Como esses presentes podem abençoar sua vida e a dos outros?

poder do sacerdócio

oração

amor ao próximo

Amo Você

apóstolos e profetas

escrituras



Notas
  1. Ver Atos 13:52; Filipenses 2:12.
  2. Moisés 1:39.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

"Fechando as Malas" com a Presidência da Área Brasileira




Clique na imagem acima para assistir na íntegra o devocional - "Fechando as Malas com a Presidência da Área Brasil."





sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Remorsos e Decisões

Sem Remorso: Tornar-se a Pessoa Que Deus Planejou Que Você Se Tornasse
"Quanto mais nos dedicarmos à busca da santidade e da felicidade, menos provável será que estejamos no caminho do remorso."

[...] Queridos irmãos e irmãs, meus queridos amigos! Somos todos mortais. Espero que isso não seja surpresa para ninguém.

Nenhum de nós estará na Terra por muito tempo. Temos um número de anos preciosos, os quais, na perspectiva eterna, mal duram um piscar de olhos.

E então partimos. Nosso espírito “é levado de volta para aquele Deus que [nos] deu vida”. Deixamos nosso corpo e as coisas materiais deste mundo para trás ao mover-nos para a próxima esfera da nossa existência.

Quando somos jovens, parece-nos que viveremos para sempre. Achamos que há uma quantidade ilimitada de alvoradas esperando logo além do horizonte, e o futuro nos parece uma estrada ininterrupta que se estende infinitamente a nossa frente.

Contudo, quanto mais velhos ficamos, mais tendemos a olhar para trás e a nos admirar de quão verdadeiramente curta é a estrada. Ficamos assombrados ao ver como os anos passaram tão rapidamente. E começamos a pensar nas escolhas que fizemos e nas coisas que realizamos. Nesse processo, lembramos de muitos momentos agradáveis que nos aquecem a alma e alegram o coração. Mas lembramos dos remorsos — das coisas que gostaríamos de voltar no tempo e mudar.

Uma enfermeira que cuida de doentes terminais disse que geralmente faz uma simples pergunta a seus pacientes quando estes se preparam para deixar esta vida.

“Tem algum remorso?” pergunta ela.

Essa proximidade do dia final da mortalidade geralmente produz uma clareza de pensamentos e proporciona entendimento e perspectiva. Portanto, quando ela perguntava àquelas pessoas sobre seus remorsos, eles abriam o coração. Refletiam sobre o que teriam mudado se pudessem voltar no tempo.

Ao considerar o que disseram, chamou-me a atenção o quanto os princípios fundamentais do evangelho de Jesus Cristo podem influenciar o rumo de nossa vida para o bem, se simplesmente os colocarmos em prática.

Nada há de misterioso em relação aos princípios do evangelho. Nós os estudamos nas escrituras, trocamos ideias sobre eles na Escola Dominical e os ouvimos do púlpito muitas vezes. Esses princípios e valores divinos são diretos e claros. São belos, profundos e poderosos, e sem dúvida podem ajudar-nos a evitar remorsos futuros.

Gostaria de Ter Passado Mais Tempo com as Pessoas Que Amo
Talvez o remorso mais universal que os pacientes terminais expressaram foi o de que desejariam ter passado mais tempo com as pessoas a quem amavam.

Os homens, em especial, entoam esta lamúria universal: “Lamentam profundamente ter passado tanto tempo de sua vida no moinho [diário] do (…) trabalho”. Muitos perderam a oportunidade de criar recordações especiais de momentos que passaram com a família e com os amigos. Sentem falta de ter desenvolvido um vínculo profundo com aqueles que mais significavam para eles.

Não é verdade que com frequência ficamos ocupados demais? Além disso, é triste dizer, até usamos nosso trabalho como uma medalha de honra, como se o fato de estarmos atarefados, por si só, fosse uma realização ou um sinal de uma vida superior.

Mas será que é?

Penso em nosso Senhor e exemplo, Jesus Cristo, e em Sua curta vida em meio ao povo da Galileia e de Jerusalém. Tentei imaginá-Lo correndo de uma reunião para outra ou fazendo mil coisas ao mesmo tempo para cumprir uma lista de coisas urgentes.

Não consigo ver isso.

Em vez disso, vejo o compassivo e carinhoso Filho de Deus vivendo com propósito a cada dia. Quando Ele interagia com as pessoas a Seu redor, elas se sentiam importantes e amadas. Ele conhecia o infinito valor das pessoas que encontrava. Ele as abençoou e ministrou a elas. Ergueu-as e curou-as. Deu-lhes a preciosa dádiva de Seu tempo.

Em nossos dias, é fácil simplesmente fingir que passamos um tempo com as pessoas. Com um clique do mouse podemos “conectar-nos” com milhares de “amigos” sem sequer ter de encarar um só deles. A tecnologia pode ser uma coisa maravilhosa, e é muito útil quando não podemos estar próximos de nossos entes queridos. Minha mulher e eu moramos bem longe de preciosos familiares; sabemos como é isso. Contudo, creio que não estamos indo na direção certa, tanto individualmente quanto como sociedade, quando nos conectamos com a família ou amigos especialmente para repassar imagens bem-humoradas, reencaminhar coisas triviais ou enviar links da Internet a nossos entes queridos. Suponho que haja espaço para esse tipo de atividade, mas quanto tempo estamos dispostos a ocupar-nos com isso? Se deixarmos de compartilhar nossa presença, nosso tempo e nossa atenção exclusiva com aqueles que nos são realmente importantes, um dia teremos remorso disso.

Tomemos a decisão de valorizar aqueles a quem amamos passando um tempo significativo com eles, fazendo coisas juntos e cultivando lembranças preciosas.

Gostaria de Ter Vivido à Altura de Meu Potencial
Outro remorso que as pessoas expressaram foi o de terem deixado de se tornar a pessoa que sentiam que poderiam e deveriam ter sido. Ao rever sua vida, deram-se conta de que nunca viveram à altura de seu potencial, e que muitas possibilidades não foram plenamente aproveitadas.

Não estou falando aqui de galgar a escada do sucesso em nossas várias profissões. Essa escada, por mais sublime que possa parecer nesta Terra, nem chega a representar um único degrau na grande jornada eterna que nos aguarda.

Em vez disso, refiro-me a tornar-nos a pessoa que Deus, nosso Pai Celestial, desejava que fôssemos.

Chegamos a este mundo, como disse o poeta, “trilhando nuvens de glória”, vindos da esfera pré-mortal.

Nosso Pai Celestial vê nosso real potencial. Ele sabe coisas a nosso respeito que nós mesmos não sabemos. Ele nos inspira durante a vida a cumprirmos a medida de nossa criação, a vivermos uma boa vida e a retornarmos a Sua presença.

Por que, então, dedicamos tanto de nosso tempo e de nossa energia a coisas que são tão fugazes, tão sem importância e tão superficiais? Por que nos recusamos a ver a insensatez de buscar coisas triviais e temporárias?

Não nos seria mais sensato “[ajuntar] tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam”?

Como fazemos isso? Seguindo o exemplo do Salvador, incorporando Seus ensinamentos a nosso cotidiano e realmente amando a Deus e a nosso próximo.

Sem dúvida, não podemos realizar isso com uma abordagem de discipulado do tipo “fazer de má vontade”, “ficar olhando para o relógio” ou “reclamar o tempo todo”.

No tocante à aplicação prática do evangelho, não podemos ser como o menino que só molha o dedão do pé na água e diz que nadou. Como filhos e filhas de nosso Pai Celestial, somos capazes de fazer muito mais. Para isso, as boas intenções não são suficientes. Precisamos fazer. E ainda mais importante, precisamos tornar-nos o que o Pai Celestial deseja que sejamos.

É bom declarar nosso testemunho, mas ser um exemplo vivo do evangelho restaurado é melhor. É bom desejar sermos mais fiéis a nossos convênios; mas é bem melhor realmente ser fiel aos convênios sagrados, o que inclui viver de modo virtuoso, pagar nosso dízimo e nossas ofertas, cumprir a Palavra de Sabedoria e prestar serviço aos necessitados. É bom anunciar que vamos dedicar mais tempo à oração familiar, ao estudo das escrituras e a atividades familiares sadias; mas é quando realmente fazemos todas essas coisas com constância que recebemos as bênçãos do céu em nossa vida.

O discipulado é a busca da santidade e da felicidade. É o caminho para uma existência melhor e mais feliz.

Tomemos a decisão de seguir o Salvador e de trabalhar com diligência para nos tornar a pessoa que fomos designados a ser. Ouçamos e obedeçamos aos sussurros do Santo Espírito. Ao fazermos isso, o Pai Celestial vai revelar-nos coisas que não sabíamos a nosso próprio respeito. Ele vai iluminar o caminho a nossa frente e abrir nossos olhos para que vejamos nossos talentos que desconhecíamos ou nem sequer imaginávamos que existiam.

Quanto mais nos dedicarmos à busca da santidade e da felicidade, menos provável será que estejamos no caminho do remorso. Quanto mais confiarmos na graça do Salvador, mais sentiremos que estamos no caminho que nosso Pai Celestial planejou para nós.

Gostaria de Ter-me Permitido Ser Mais Feliz
Outro remorso daqueles que sabem que estão morrendo pode ser de certa forma surpreendente. Eles desejariam ter-se permitido ser mais felizes.

Muito frequentemente temos a ilusão de que há algo que está quase a nosso alcance e que nos traria felicidade — uma melhor situação familiar, uma melhor condição financeira ou o fim de uma provação difícil.

Quanto mais velhos ficamos, mais olhamos para trás e nos damos conta de que as circunstâncias externas realmente não importam nem determinam nossa felicidade.

Nós é que importamos. Nós determinamos nossa felicidade.

Vocês e eu, no final das contas, é que estamos encarregados de nossa própria felicidade.

Minha mulher, Harriet, e eu adoramos andar de bicicleta. É maravilhoso sair ao ar livre e desfrutar as belezas da natureza. Temos certas rotas que gostamos de percorrer de bicicleta, mas não prestamos muita atenção à distância que percorremos ou na rapidez em que viajamos em relação aos outros ciclistas.

Contudo, às vezes, eu penso que deveríamos ser um pouco mais competitivos. Até acredito que conseguiríamos fazer um tempo melhor ou ir mais depressa se apenas nos esforçássemos um pouco mais. E às vezes até cometo o grande erro de mencionar essa ideia para minha maravilhosa esposa.

Sua reação típica para minhas sugestões dessa natureza é sempre muito bondosa, bem clara e muito direta. Ela sorri e diz: “Dieter, não estamos numa corrida, é um passeio. Desfrute o momento”.

Como ela está certa!

Às vezes na vida, ficamos tão concentrados na linha de chegada que deixamos de encontrar alegria na jornada. Não saio para andar de bicicleta com minha mulher porque estou entusiasmado com a chegada. Eu vou porque a oportunidade de estar com ela é muito agradável e prazerosa.

Não parece tolice destruir experiências pessoais agradáveis e felizes por estarmos constantemente ansiando pelo momento em que elas chegarão ao fim?

Será que ouvimos uma bela música esperando que a nota final deixe de soar antes de nos permitir desfrutá-la de verdade? Não. Ouvimos e nos conectamos com as variações da melodia, do ritmo e com a harmonia da composição musical.

Será que fazemos oração tendo apenas o “amém” ou o final dela em mente? É claro que não. Oramos para nos aproximar de nosso Pai Celestial, para receber Seu Espírito e sentir Seu amor.

Não devemos esperar até que cheguemos a um ponto futuro para sermos felizes, ou para descobrir que a felicidade já estava a nosso alcance — o tempo todo! A vida não foi feita apenas para ser apreciada retrospectivamente. “Este é o dia que fez o Senhor (…)”, escreveu o salmista. “Regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.”

Irmãos e irmãs, sejam quais forem as circunstâncias, sejam quais forem nossos desafios ou nossas provações, há algo em cada dia para entesourar e valorizar. Há algo em cada dia que pode suscitar gratidão e alegria, se apenas o virmos e apreciarmos.

Talvez devêssemos olhar menos com os olhos e mais com o coração. Adoro esta citação: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.

Somos ordenados a “render graças por todas as coisas”. Então não seria melhor ver com os olhos e o coração até as pequenas coisas pelas quais podemos ser gratos, em vez de magnificar as coisas negativas em nossa situação atual?

O Senhor prometeu: “E aquele que receber todas as coisas com gratidão será glorificado; e as coisas desta Terra ser-lhe-ão acrescentadas, mesmo centuplicadas”.

Irmãos e irmãs, com as abundantes bênçãos de nosso Pai Celestial, Seu generoso plano de salvação, as sublimes verdades do evangelho restaurado e as muitas belezas desta jornada mortal, “não temos razão para regozijar-nos?”

Decidamos ser felizes, independentemente de nossa situação.

Decisões
Um dia, daremos aquele passo inevitável e passaremos desta esfera mortal para o estado seguinte. Um dia, olharemos para trás em nossa vida e nos perguntaremos se poderíamos ter agido melhor, tomado decisões melhores ou usado nosso tempo com mais sabedoria.

Para evitar alguns dos remorsos mais profundos da vida, seria sensato tomarmos algumas decisões hoje. Portanto, vamos:

•Decidir passar mais tempo com aqueles a quem amamos.
•Decidir esforçar-nos mais sinceramente para tornar-nos a pessoa que Deus deseja que sejamos.
•Decidir encontrar felicidade, independentemente de nossa situação.

É meu testemunho que muitos dos mais profundos remorsos de amanhã podem ser evitados se seguirmos o Salvador hoje. Se tivermos cometido pecados ou erros — se fizemos escolhas das quais agora sentimos remorso — há a preciosa dádiva da Expiação de Cristo, por meio da qual podemos ser perdoados. Não podemos voltar no tempo e mudar o passado, mas podemos nos arrepender. O Salvador pode enxugar nossas lágrimas de remorso e remover o fardo de nossos pecados. Sua Expiação permite que deixemos o passado para trás e que prossigamos com mãos limpas, com um coração puro e com a determinação de agir melhor e especialmente de nos tornarmos melhores.

Sim, esta vida passa rapidamente. Nossos dias parecem sumir velozmente, e a morte parece assustadora, às vezes. Não obstante, nosso espírito continuará a viver e um dia será unido a nosso corpo ressuscitado para receber glória imortal. Presto solene testemunho de que graças ao misericordioso Cristo, todos viveremos novamente e para sempre. Graças a nosso Salvador e Redentor, um dia compreenderemos realmente e nos regozijaremos com o significado das palavras “o aguilhão da morte é desfeito em Cristo”.

O caminho para o cumprimento de nosso destino divino como filhos e filhas de Deus é eterno. Queridos irmãos e irmãs, queridos amigos, precisamos começar a trilhar esse caminho eterno hoje. Não podemos desperdiçar um único dia sequer. Oro para que não esperemos até estarmos prestes a morrer para realmente aprendermos a viver. No sagrado nome de Jesus Cristo. Amém.


Presidente Dieter F. Uchtdorf
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Conferência Geral - Outubro de 2012.

domingo, 27 de dezembro de 2015

Busca da Excelência

 Formulário Busca da Excelência
Clique para imprimir ou baixar o formulário
A "todos" os que gostariam de estabelecer metas pessoais dignas podem considerar o uso da Busca da Excelência como guia.Traçar metas e trabalhar para realizá-las pode fortalecer sua fé no Senhor Jesus Cristo, ajudando-o a desenvolver padrões e qualidades de discipulado em sua vida. A Busca da Excelência pode ajudá-lo a seguir o exemplo do Salvador “de um caminho mais excelente” (I Coríntios 12:31).

Comece pedindo ao Senhor para ajudá-lo a determinar em que você vai trabalhar. Decida como você vai avaliar e registrar seu progresso. Descubra como o Espírito confirma seu progresso. Você verá que a maior recompensa será sentir mais intensamente a presença do Espírito em sua vida. Sua fé aumentará, e seu testemunho se fortalecerá.

O "formulário e as metas anexadas em seu verso", devem ajudar a apoiá-lo e fortalecê-lo em suas responsabilidades como filho ou filha do Pai Celestial e para ajudá-lo a estabelecer hábitos justos e padrões para toda a vida. Você pode escolher entre os objetivos sugeridos ou pode descobrir que as ideias sugeridas inspiram outras metas pessoais dignas.