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domingo, 27 de dezembro de 2015

Busca da Excelência

 Formulário Busca da Excelência
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A "todos" os que gostariam de estabelecer metas pessoais dignas podem considerar o uso da Busca da Excelência como guia.Traçar metas e trabalhar para realizá-las pode fortalecer sua fé no Senhor Jesus Cristo, ajudando-o a desenvolver padrões e qualidades de discipulado em sua vida. A Busca da Excelência pode ajudá-lo a seguir o exemplo do Salvador “de um caminho mais excelente” (I Coríntios 12:31).

Comece pedindo ao Senhor para ajudá-lo a determinar em que você vai trabalhar. Decida como você vai avaliar e registrar seu progresso. Descubra como o Espírito confirma seu progresso. Você verá que a maior recompensa será sentir mais intensamente a presença do Espírito em sua vida. Sua fé aumentará, e seu testemunho se fortalecerá.

O "formulário e as metas anexadas em seu verso", devem ajudar a apoiá-lo e fortalecê-lo em suas responsabilidades como filho ou filha do Pai Celestial e para ajudá-lo a estabelecer hábitos justos e padrões para toda a vida. Você pode escolher entre os objetivos sugeridos ou pode descobrir que as ideias sugeridas inspiram outras metas pessoais dignas.

domingo, 20 de dezembro de 2015

A História da Minha Vida

Clique aqui para assistir ao vídeo da aula de hoje dada na Escola Dominical

"A História da Minha Vida"


segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A História Que Sempre Se Renova

Pres. Heber J. Grant (1856–1945)
Ninguém que tenha vivido na Terra exerceu tanta influência sobre os destinos do mundo quanto nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.
A História Que Sempre Se Renova

Heber J. Grant, sétimo Presidente da Igreja, nasceu em 22 de novembro de 1856. Foi ordenado apóstolo em 16 de outubro de 1882, aos 25 anos de idade, e em 23 de novembro de 1918 foi apoiado como Presidente da Igreja. O artigo a seguir foi extraído de “Story of Old” [História Antiga], Improvement Era, dezembro de 1940, pp. 713, 765.

A história de Jesus o Cristo é uma história antiga que sempre permanece nova. Quanto mais leio sobre Sua vida e obra, maior é a alegria, paz, felicidade e satisfação que me enchem a alma. Sempre há um encanto renovado que se acende em mim ao refletir sobre Suas palavras e o plano de vida e salvação que Ele ensinou aos homens durante Sua vida na Terra.

Todos sabemos que ninguém que tenha vivido na Terra exerceu tanta influência sobre os destinos do mundo quanto nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. No entanto, Ele nasceu na obscuridade, colocado numa manjedoura. Ele escolheu como apóstolos pescadores pobres e iletrados. [Mais de] 1.900 anos já se passaram desde Sua Crucificação e mesmo assim, no mundo todo, apesar de todos os conflitos e caos, ainda arde no coração de milhões de pessoas um testemunho da divindade do trabalho que Ele realizou. (…)

Meu coração se enche de alegria incomensurável e indescritível quando penso que Deus nosso Pai Celestial e nosso Senhor Jesus Cristo visitaram a Terra e tornaram a revelar o evangelho ao homem. E sinto profunda gratidão e reconhecimento, a ponto de ficar sem palavras, por Ele ter-me abençoado com o conhecimento da divindade da obra na qual estamos empenhados. Sempre Lhe pedi em oração constante e sincera que minha mente nunca se escureça, que eu nunca me desvie do caminho da retidão, mas que com o passar dos anos eu aumente meu entendimento, que a luz e a inspiração do Espírito de Deus ardam em meu coração e iluminem minha compreensão e me mantenham firme e fiel ao servir meu Pai Celestial.

E gostaria de dizer aos membros da Igreja que nos convém, nós que recebemos um testemunho da divindade da obra na qual estamos envolvidos, pôr nossa vida diária em ordem a fim de que a obra de Deus seja glorificada pelas boas ações que praticarmos. Assim, deixemos brilhar nossa luz para que os homens, ao verem nossas boas obras, glorifiquem a Deus. Nenhum povo na face da Terra foi tão abençoado como nós, santos dos últimos dias. Nenhum povo jamais recebeu as manifestações de bondade, misericórdia e magnanimidade de Deus que nos foram concedidas. Assim, digo que nós, mais do que quaisquer outros homens e mulheres do mundo, devemos levar uma vida digna e pautada por princípios divinos.

A ortografia, a pontuação e o uso de iniciais maiúsculas foram padronizados.

Homens Comuns, Chamados Extraordinários

Élder Bruce R. McConkie (1915–1985)
“As Autoridades Gerais são seres humanos comuns?” Suponho que essa é uma dúvida que está na mente de muitas pessoas desde o princípio desta obra. Ela surge na própria natureza das coisas, devido à grande consideração que temos pelos ofícios que esses irmãos são chamados a ocupar.

Lembro-me de um incidente do início da história da Igreja, numa época de perseguições e dificuldades. Heber C. Kimball, que na época era membro do Quórum dos Doze Apóstolos, viu-se numa situação em que teve de recorrer à hospitalidade de um membro da Igreja, uma viúva. Ela ofereceu o que tinha — pão e leite — e providenciou-lhe um quarto com cama. Ele recolheu-se ao quarto para dormir. Ela pensou: “Eis a minha oportunidade. Quero descobrir [e esta é, na verdade, a mesma velha pergunta: As Autoridades Gerais são seres humanos comuns?] Quero descobrir o que um Apóstolo diz quando ora ao Senhor”. E assim, depois que a porta foi fechada, ela se aproximou silenciosamente para ouvir. Ouviu o irmão Kimball sentar-se na cama. Ouviu o som dos sapatos dele caindo no chão. Ouviu-o reclinar-se na cama e proferir estas palavras: “Oh, Senhor, abençoa o Heber; ele está tão cansado”.

(…) Esse é um assunto sobre o qual as pessoas freqüentemente têm uma noção incorreta. Muitas pessoas tinham a mesma dúvida, na época de Joseph Smith. Ele disse: “Nesta manhã, fui apresentado a um homem do leste. Depois de ouvir meu nome, ele comentou que eu nada mais era que um homem, indicando com isso que havia suposto que uma pessoa a quem o Senhor consideraria digno de revelar Sua vontade precisaria ser mais do que um homem. Parecia ter-se esquecido das palavras proferidas por Tiago, que [Elias, o profeta] era um homem sujeito a paixões como nós, mas tinha tal poder de Deus que, em resposta a suas orações, Ele fechou os céus para que não chovesse pelo período de três anos e seis meses; e novamente, em resposta a sua oração, os céus fizeram chover e a terra frutificou [ver Tiago 5:17–18]. De fato, tal é a escuridão e a ignorância desta geração, a ponto de considerarem incrível que um homem comum tenha qualquer [interação] com seu Criador”. 1

Essa é a visão do mundo em geral: “Se existir algo tão extraordinário quanto um profeta, ele será tão nobre e exaltado que diferirá muito dos homens em geral”. Provavelmente as pessoas devem estar pensando em João Batista no deserto, comendo gafanhotos e mel, ou em alguém como Enoque, de quem as pessoas disseram: “Um homem insano apareceu entre nós” (ver Moisés 6:38).

De certa forma, esse mesmo conceito existe hoje na Igreja. Pensamos na dignidade, glória e grandiosidade do ofício. Então, parte desse sentimento transborda e é aplicado ao indivíduo que ocupa o ofício.

Talvez haja um meio de compreendermos esse assunto um pouco melhor. Em vez de perguntar: “As Autoridades Gerais são seres humanos comuns?”, pergunto a vocês: “Seu bispo é um ser humano comum?” Qual seria a resposta? Ou se eu perguntar: “Os missionários são seres humanos comuns?” a resposta seria sim ou não? Depende inteiramente de quem estamos falando. Sem dúvida, eles são seres humanos comuns, no sentido de que, tal como todos nós, eles estão sujeitos a todas as fraquezas, dificuldades e falhas comuns à raça humana. Mas, por outro lado, as Autoridades Gerais, os bispos e os missionários — e isso se estende a todos os membros da Igreja — não devem ser humanos no sentido mundano ou no tocante aos desejos carnais. Nenhum de nós deve ser “humano”, se isso significa viver como vivem os homens carnais.

Quando entramos para a Igreja, dizemos que deixamos o mundo para trás. Espera-se que vençamos o mundo. Na linguagem do Livro de Mórmon, dizemos que deixamos de lado o homem natural e nos tornamos santos por meio da Expiação de Cristo, o Senhor (ver Mosias 3:19). Ora, se nós, todos nós, vivêssemos de modo a estar à altura de nosso potencial e nos elevássemos até os padrões que deveríamos ter, então nenhum de nós seria humano, no sentido mundano ou carnal da palavra. Mas ao mesmo tempo todos seríamos humanos, no sentido de que somos mortais e quanto a tudo que se relacione com a mortalidade.

No verbete “Autoridades Gerais” de meu livro Mormon Doctrine, escrevi: “Algumas Autoridades Gerais recebem poder para fazer certas coisas, e outras, para fazer outras. Todos estamos sujeitos à rigorosa disciplina que o Senhor sempre impõe a Seus santos e aos que presidem os Seus santos. Os cargos que eles ocupam são elevados e exaltados, mas as pessoas que os ocupam são homens humildes como seus irmãos na Igreja. Os membros da Igreja são tão bem qualificados e treinados que muitos poderiam servir eficazmente em quase todos os cargos proeminente da Igreja, desde que fossem chamados, apoiados e designados para isso”. 2

Em outro lugar do livro, no verbete “Profetas”, há outra declaração: “Com toda a sua inspiração e grandiosidade, os profetas são homens mortais com imperfeições comuns à humanidade em geral. Eles têm suas opiniões e preconceitos e precisam muitas vezes resolver seus problemas com inspiração. Joseph Smith relatou que ‘[havia conversado] com um irmão e uma irmã de Michigan, que achavam que “um profeta sempre é um profeta”, mas eu lhes disse que um profeta somente era profeta quando agia como tal’”. 3

Portanto, as opiniões e pontos de vista, até de um profeta, podem conter erros, a menos que essas opiniões e pontos de vista tenham sido inspirados pelo Espírito. As declarações e as escrituras inspiradas devem ser aceitas como tal. Porém, observemos o seguinte: Paulo foi um dos maiores profetas e teólogos de todos os tempos, mas ele tinha algumas opiniões que não estavam totalmente de acordo com os sentimentos do Senhor, e ele incluiu algumas delas em suas epístolas. Mas sendo sábio e prudente, explicou que se tratavam de opiniões pessoais. Ele disse: “É assim que eu penso”. Quando terminou de explicar seu ponto de vista, ele disse: “Mas é isso que o Senhor acha”. Os pontos de vista de Paulo, suas opiniões pessoais, não eram tão perfeitas como poderiam ser.

Os profetas são homens, mas quando agem pelo Espírito de inspiração, o que eles dizem é a voz de Deus; contudo, ainda são mortais e têm o direito de ter opiniões particulares, e as têm. Devido à grande sabedoria e bom senso desses homens, seus pontos de vista talvez sejam os melhores que um homem mortal poderia ter, mas, a menos que sejam inspirados, a menos que estejam de acordo com as revelações, estão sujeitos a erros, da mesma forma que os pontos de vista de qualquer outra pessoa na Igreja.

Não precisamos ficar questionando inutilmente se as Autoridades Gerais estão falando pelo Espírito de inspiração ou não — podemos descobrir isso com certeza. Quero lembrar-lhes uma das famosas declarações de Joseph Smith a esse respeito: “O Senhor não revelará nada a Joseph que não revele aos Doze ou ao menor e último membro da Igreja, tão logo ele seja capaz de suportá-la”. 4

Isso é perfeito. Essa é a mesma doutrina que Paulo ensinou. Paulo disse: “Todos podereis profetizar”. Ele disse: “Procurai, com zelo, profetizar” (I Coríntios 14:31, 39). Todos os membros da Igreja, toda a Igreja deveria receber revelação. Ela não está restrita a uns poucos escolhidos, os missionários, ou os bispos. Precisamos receber revelação. Todos devemos ser como os apóstolos e profetas.

Extraído de um artigo impresso na revista New Era de janeiro de 1973; pontuação e utilização de maiúsculas modernizadas.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Apenas Hoje…

Pres. N. Eldon Tanner (1898–1982)
O Élder N. Eldon Tanner foi ordenado Apóstolo em 1962. Em 1963, passou a servir na Primeira Presidência, onde permaneceu até sua morte, em 1982. Neste artigo ele nos ensina a preparar–nos para a vida eterna, começando hoje.

Apenas Hoje…

Suponha que fosse hoje na Terra o teu último dia de vida,
De tua longa jornada, o quilômetro derradeiro;
Qual seria teu valor, após tanta luta renhida?
Quanto levarias a Deus, de volta a teu lar primeiro?

(Anônimo)

Essas palavras, de um poema muito conhecido, resumem o que é a vida. Nascemos, vivemos e morremos; e com que propósito? Nosso conhecimento e compreensão do motivo de nossa existência, e de qual será nosso destino eterno, devem ajudar-nos a determinar como viver e como distinguir e lutar pelas coisas realmente importantes da vida.

Cada um de nós bem pode dizer: “Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida. Vou começar agora a preparar-me para a vida eterna, a fim de que possa conhecer a plenitude da alegria e da felicidade, agora e para sempre”. Afinal de contas, isso é, efetivamente, o que cada um de nós deseja, e é importantíssimo que nos ocupemos em descobrir como consegui-lo, e que comecemos agora a lutar por isso, dia após dia.

Dia após Dia
Para alcançarmos isso, precisamos estudar, aprender e aumentar nosso conhecimento e compreensão do evangelho. Depois, aplicando o que aprendemos dia após dia, e todos os dias, teremos um aumento da fé e do testemunho, tão necessários não só para a nossa salvação, mas para influenciar a vida daqueles a quem amamos, daqueles com quem desejamos repartir nossa felicidade e nossas bênçãos.

Lembrem-se sempre de que o evangelho tem por objetivo ensinar como devemos conduzir-nos para o benefício de nossos assuntos espirituais e temporais. Não é suficiente freqüentar a Igreja, participar do sacramento, tomar parte em discussões religiosas, e depois mostrar-nos surdos às necessidades de nossa família, de nossos vizinhos ou de nossa comunidade; ou ainda, ser desonestos ou inescrupulosos em nosso procedimento com eles.

Tampouco é suficiente ser um cidadão bom e honrado, contribuir para instituições de caridade, servir em comitês municipais e, de modo geral, viver uma boa vida cristã. Embora louvável, isso não é suficiente para qualificar uma pessoa para a plenitude da alegria e para a vida eterna que nosso Pai Celestial prometeu àqueles que O amam e guardam Seus mandamentos.

Nossos Deveres
Recordamos aqui o registro escriturístico de um homem que perguntou ao Salvador:

“Bom Mestre, que bem farei para conseguir a vida eterna?

E Ele disse-lhe: (…) Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos.” (Mateus 19:16–17)

As escrituras dizem repetidamente o que são os mandamentos, e que um requisito para a vida eterna, ou para viver com Deus, é o batismo realizado por quem possua autoridade, em Sua Igreja e reino. Quando somos batizados e tornamo-nos membros da Igreja verdadeira, aceitamos as responsabilidades dessa associação.

Somos admoestados a aprender nossa obrigação e a agir no ofício para o qual somos designados, e se não o fizermos, não seremos considerados dignos de permanecer. (Ver D&C 107:99–100.)

A Prática Leva à Perfeição
Como conservar-nos firmemente no caminho certo que nos conduz à realização de nossos objetivos e finalmente à vida eterna? Basta que nos disciplinemos e nos arrependamos diariamente dos velhos hábitos ou fraquezas que nos impedirão de alcançar o potencial e os objetivos que recebemos de Deus. Sabemos que precisamos lutar constantemente para obter qualquer coisa valiosa nesta vida.

Antes de participar de um torneio de golfe, o jogador treina uma simples tacada por horas a fio. Músicos, artistas, oradores públicos — todos devem trabalhar e praticar para tornar-se competentes. Tanto ou mais importante para nós é preparar-nos para fazer o trabalho de nosso Pai Celestial, que nos colocou aqui para um propósito sábio e glorioso.

Ao refletirmos sobre o valor da resolução de melhorar, decidamos usar de autodisciplina, no sentido de selecionar cuidadosamente as resoluções que tomamos, considerar nosso propósito ao tomá-las e, finalmente, comprometer-nos a cumpri-las, sem permitir que qualquer obstáculo nos detenha. Lembremo-nos, no início de cada dia, que podemos cumprir uma resolução para aquele dia, somente. Assim procedendo, tornar-se-á cada vez mais fácil cumpri-la, até transformar-se em um hábito.

Apenas Mais Um Dia
Conheci uma jovem a quem foi ensinado o evangelho e que desejava ser batizada, mas que tinha problemas para cumprir a Palavra de Sabedoria. Ela tomava café e fumava, e a idéia de nunca mais fumar ou tomar uma xícara de café pelo resto da vida deixava-a desanimada. Um dos missionários incentivou-a a tentar apenas um dia, e depois, apenas mais um dia. Ela descobriu que, fazendo isso um dia a cada vez, iria conseguir, e logo foi batizada. O mesmo método pode ser aplicado na substituição de um hábito mau por um bom.

A maior bênção que alguém pode gozar nesta vida é deitar-se à noite com a consciência tranqüila, sabendo que viveu aquele dia de acordo com os ensinamentos do Salvador, e que cumpriu o trabalho que lhe foi designado.

E assim chegamos ao primeiro dia do resto de nossa vida. Com disciplina e determinação, vamos fazer nossa vida ser satisfatória, não só para nós, mas também para nossa família e vizinhos. É recomendável começar cada novo dia tomando resoluções como as que se seguem, ou outras de sua própria escolha:

Apenas Hoje

• Buscarei meu Pai Celestial em fervorosa oração. Darei ouvido aos sussurros do Espírito para guiar-me.
• Expressarei meu amor a Deus e a Seu Filho, Jesus Cristo, em oração, e mostrarei meu amor a Eles, ajudando meu próximo.
• Estudarei e esforçar-me-ei para compreender melhor o evangelho.
• Buscarei primeiro o reino de Deus e a Sua justiça.
• Ouvirei e seguirei os conselhos do profeta de Deus. Guardarei os convênios e mandamentos.
• Ensinarei o evangelho a alguém, seja por preceito ou por exemplo.
• Obedecerei aos padrões da Igreja.
• Expressarei, por meio de palavras e ações, meu amor à minha família.
• Serei honesto em todas as minhas transações.
• Preparar-me-ei para as tarefas que me foram designadas.
• Praticarei um ato de bondade para alguém.
• Expressarei meu reconhecimento e gratidão por todas as bênçãos.
• Serei leal àquilo que devo ser leal.

Finalmente, nada podemos fazer de melhor do que seguir as resoluções encontradas na décima terceira Regra de Fé: “Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens; na realidade, podemos dizer que seguimos a admoestação de Paulo: Cremos em todas as coisas, confiamos em todas as coisas, suportamos muitas coisas e esperamos ter a capacidade de tudo suportar. Se houver qualquer coisa virtuosa, amável, de boa fama ou louvável, nós a procuraremos”.

A Natureza Celestial da Autossuficiência

Pres. Marion G. Romney (1897–1988)
Marion G. Romney foi ordenado Apóstolo em 11 de outubro de 1951. Serviu como Segundo Conselheiro do Presidente Harold B. Lee e do Presidente Spencer W. Kimball e, mais tarde, como Primeiro Conselheiro do Presidente Kimball. Depois da morte do Presidente Kimball, o Presidente Romney reassumiu sua posição no Quórum dos Doze Apóstolos e tornou-se Presidente do Quórum em 10 de novembro de 1985. Faleceu em 20 de maio de 1988, aos 90 anos de idade. O Presidente Romney servia como Segundo Conselheiro na Primeira Presidência quando proferiu este discurso, durante a conferência geral de outubro de 1982. Esta edição do discurso foi publicada pela primeira vez em 1984.


A Natureza Celestial da Autossuficiência

Amo as verdades simples do evangelho como foram ensinadas por todos os santos profetas e nunca me canso de falar a respeito delas. Desde o princípio dos tempos, o homem vem sendo aconselhado a ganhar seu sustento e a tornar-se autossuficiente. É fácil entender a razão de o Senhor dar tamanha ênfase a esse princípio, quando percebemos sua íntima ligação com a liberdade.

A esse respeito, o Élder Albert E. Bowen disse: “A Igreja não se satisfaz com qualquer sistema que deixe pessoas capazes permanentemente dependentes, insistindo, pelo contrário, que a verdadeira função e finalidade da assistência é ajudar as pessoas a ajudar a si próprias e, assim, a ser livres”. 1

Pessoas bem-intencionadas criaram muitos programas destinados a auxiliar os necessitados. Entretanto, muitos deles têm meramente o objetivo de “ajudar as pessoas”, em lugar de “ajudar as pessoas a ajudar-se a si próprias”. Nosso empenho precisa ter sempre a finalidade de tornar autossuficientes e independentes as pessoas fisicamente capazes.

Gaivotas Simplórias


Tempos atrás, recortei um artigo da revista Reader’s Digest que dizia o seguinte:

“Na vizinha cidade de St. Augustine, milhares de gaivotas estão morrendo de fome em meio à fartura. A pesca continua boa, mas as gaivotas não sabem mais pescar. Há gerações elas dependeram dos barcos de pesca de camarão, que lhes lançavam os refugos das redes. Agora os barcos se foram. (…)

Os pescadores de camarão criaram um órgão assistencial para as gaivotas. E estas deixaram de preocupar-se em aprender a pescar e tampouco ensinar os filhotes. Em vez disso, indicavam-lhes o caminho das redes de pesca.

Agora, as gaivotas, esses pássaros livres que são quase um símbolo da própria liberdade, estão morrendo de fome porque se deixaram levar pela ilusão de ‘receber algo a troco de nada’! Sacrificaram sua independência a troco de esmolas.

Muitas pessoas são iguais a elas. Não vêem nada de mal em abocanhar deleitáveis migalhas proporcionadas pelas agências de serviços sociais do governo. Mas, o que acontecerá, quando os recursos do governo se exaurirem? E o que acontecerá com os filhos das gerações futuras?

Não sejamos como gaivotas simplórias. Temos de preservar nossos talentos de autossuficiência, nossa capacidade de criar coisas, nosso senso de economia e nosso genuíno amor à independência. 2

O costume de cobiçar e receber benefícios não merecidos arraigou-se de tal forma em nossa sociedade, que até mesmo homens abastados, donos de meios de produção de riquezas, esperam que o governo lhes garanta lucros. As eleições freqüentemente giram em torno daquilo que os candidatos prometem fazer pelos votantes com os fundos do governo. Tal prática, caso seja universalmente aceita e implantada em qualquer sociedade, fará de seus cidadãos escravos.

Não podemos dar-nos ao luxo de viver sob a tutela do governo, mesmo que tenhamos direito legal de fazê-lo. Isso requer um sacrifício muito grande do respeito próprio e da independência política, material e espiritual.

Em certos países, torna-se muito difícil separar os benefícios merecidos dos imerecidos. Todavia, o princípio é o mesmo em toda parte: devemos procurar ser autossuficientes e não depender dos outros para sustentar-nos.

Os governos não são os únicos culpados. Tememos que muitos pais estejam transformando os filhos em “gaivotas simplórias” com sua permissividade e liberalidade com os recursos familiares. Na verdade, a atuação dos pais, nesse aspecto, pode ser bem mais prejudicial do que qualquer programa do governo.

Bispos e outros líderes do sacerdócio podem tornar-se culpados de transformar membros da ala em “gaivotas simplórias”. Certos membros tornam-se financeira ou emocionalmente dependentes do bispo. Esmola é esmola, venha de onde vier. Toda ação da Igreja e da família deve visar a autossuficiência de nossos filhos e membros. Nem sempre podemos controlar os programas governamentais, mas temos controle sobre nosso lar e congregação. Se ensinarmos esses princípios e os colocarmos em prática, poderemos minimizar em grande parte os efeitos negativos de eventuais programas governamentais.

Sabemos perfeitamente que algumas pessoas não têm condições de se tornarem autossuficientes. O Presidente Henry D. Moyle tinha essas pessoas em mente, ao dizer:

“Esse grandioso princípio não nega ao necessitado e ao pobre a devida assistência. Os totalmente incapacitados, os idosos e enfermos são auxiliados com todo o carinho. Mas de toda pessoa fisicamente apta se espera que se empenhe ao máximo para evitar a dependência, se tiver condições de fazê-lo. Espera-se também que encare a adversidade como temporária e combine a fé com a capacidade de trabalhar honestamente. (…)

Cremos que raramente homens de profunda fé, autêntica coragem e firme determinação, com a chama da independência acesa no coração e orgulho por seus feitos não conseguem vencer os obstáculos que encontram pelo caminho.” 3

Autossuficiência Espiritual

Gostaria de falar a respeito de uma verdade muito importante: a autossuficiência não é um fim em si, mas um meio para um fim. É perfeitamente possível uma pessoa ser plenamente independente, embora carente de qualquer outro atributo desejável. A pessoa pode amealhar riquezas e nunca ser obrigada a pedir qualquer auxílio, mas, a menos que essa independência esteja ligada a alguma meta espiritual, isso é capaz de corroer-lhe a alma.

O programa de Bem-Estar da Igreja tem cunho espiritual. Ao iniciá-lo, em 1936, o Presidente David O. McKay fez esta perspicaz observação:

“O desenvolvimento do caráter espiritual deveria ser nossa principal preocupação. A espiritualidade é o supremo atributo da alma, o lado divino do homem, ‘o dom supremo e régio que o torna rei de todas as coisas criadas’. É a consciência da vitória sobre o ego e a comunhão com o infinito. Somente a espiritualidade nos proporciona excelência na vida.

É louvável fornecer roupas aos que não têm o que vestir, complementar a mesa mal suprida, dar trabalho aos que lutam para vencer o desespero provocado pela indolência forçada. Mas no final, as maiores bênçãos decorrentes do programa de Bem-Estar da Igreja são espirituais. Aparentemente, todas as providências são de natureza física: a recuperação de roupas, o enlatamento de frutas e verduras, o armazenamento de mantimentos, a escolha de terras férteis — tudo parece estritamente material. Todos esses atos, porém, são permeados, inspirados e santificados pelo elemento da espiritualidade.” 4

Lemos em Doutrina e Convênios 29:34–35 que não existem mandamentos terrenos: todos os mandamentos são espirituais. Lemos também que o homem é “seu próprio árbitro”. O homem não pode ser seu próprio árbitro, se não for autossuficiente. Isso mostra que independência e autossuficiência são pontos essenciais para o progresso espiritual. Sempre que chegarmos a uma situação que ameace nossa independência, veremos que nossa liberdade estará igualmente ameaçada. Sempre que nossa dependência aumentar, veremos imediatamente diminuir nossa liberdade de agir.

Assim, pois, descobrimos que a autossuficiência é um requisito para a total liberdade de ação. Todavia, aprendemos também que a autossuficiência não tem nada de espiritual, a menos que saibamos usar corretamente essa liberdade. O que, então, devemos fazer, para crescer espiritualmente depois de alcançar a independência?

A chave de fazer a autossuficiência tornar-se espiritual está em usar a liberdade para guardar os mandamentos de Deus. As escrituras são bem claras, quando dizem que doar aos necessitados é dever dos que têm.

Ajudar o Próximo

Jacó, falando ao povo de Néfi, disse:

“Pensai em vossos irmãos como em vós mesmos; e sede amáveis para com todos e liberais com vossos bens, para que vossos irmãos sejam ricos como vós.

Mas antes de buscardes riquezas, buscai o reino de Deus.

E depois de haverdes obtido uma esperança em Cristo, conseguireis riquezas, se as procurardes; e procurá-las-eis com o fito de praticar o bem — de vestir os nus e alimentar os famintos e libertar os cativos e confortar os doentes e aflitos” (Jacó 2:17–19).

Em nossa dispensação, quando a Igreja tinha apenas dez meses, o Senhor disse:

“Se me amares, servir-me-ás e guardarás todos os meus mandamentos.

E eis que te lembrarás dos pobres e consagrarás de tuas propriedades, para sustento deles” (D&C 42:29–30).

No mesmo mês, o Senhor voltou a mencionar o assunto. Evidentemente, os membros estavam sendo um pouco omissos, não se empenhando tanto como deviam.

“Eis que vos digo que deveis visitar os pobres e os necessitados e ministrar-lhes auxílio” (D&C 44:6).

Sempre me pareceu paradoxal que o Senhor tenha demandar-nos fazer as coisas que são para nosso próprio bem. O Senhor disse: “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á” (Mateus 10:39). Perdemos a vida servindo ao próximo, e assim sentimos a verdadeira e eterna felicidade. Servir não é algo que temos de suportar na Terra para adquirir o direito de viver no reino celestial. Servir é a própria fibra de que é feita a vida exaltada no reino celestial.

Glorioso será o dia em que essas coisas acontecerem naturalmente devido à pureza de nosso coração. Nesse dia, não mais haverá necessidade de mandamento, porque saberemos por experiência própria que só somos realmente felizes quando nos empenhamos em serviço abnegado.

Será que percebemos a importância crítica da autossuficiência, quando vista como requisito para o serviço ao próximo, sabendo ainda que servir é a essência da divindade? Sem autossuficiência, não podemos exercer nosso inato desejo de servir. Como é possível doar, se não temos nada? O alimento para o faminto não se tira de prateleiras vazias. Dinheiro para ajudar o necessitado não pode sair de um bolso vazio. Apoio e compreensão não podem vir do emocionalmente carente. O ignorante não pode ensinar. E mais importante que tudo, o espiritualmente fraco não pode dar orientação espiritual.

Existe uma interdependência entre os que têm e os que não têm. O processo de doar exalta o pobre e torna o rico humilde. Nesse processo, ambos são santificados. O pobre, liberto da servidão e das limitações da pobreza, como homem livre, está em condições de atingir seu pleno potencial, tanto material como espiritual. O rico, ao partilhar aquilo que lhe sobra, participa do eterno princípio de doar. Depois que a pessoa se torna autossuficiente, passa a ajudar os outros, e assim o ciclo se perpetua.

Todos somos autossuficientes sob certos aspectos e dependentes sob outros. Por isso, cada um de nós deve empenhar-se em ajudar os outros nos aspectos em que é mais forte. Paralelamente, o orgulho não deve impedir-nos de aceitar a mão prestativa quando temos real necessidade. Recusá-la seria negar à outra pessoa a oportunidade de uma experiência edificante.

Uma das três áreas salientadas na missão da Igreja é a de aperfeiçoar os santos, justamente o objetivo do programa de Bem-Estar. Não se trata de um programa específico para o ocaso dos tempos, mas sim, para nossa vida aqui e agora, pois hoje é o tempo de a aperfeiçoarmos. Continuemos a ser fiéis a essas verdades.

O homem não pode ser seu próprio árbitro, se não for autossuficiente. Isso mostra que independência e autossuficiência são pontos essenciais para o progresso espiritual.

Toda ação da Igreja e da família deve visar a autossuficiência de nossos filhos e membros.

Todos somos autossuficientes sob certos aspectos e dependentes sob outros. Por isso, cada um de nós deve empenhar-se em ajudar os outros nos aspectos em que é mais forte.

A Divindade de Jesus Cristo

Orson F. Whitney
Orson F. Whitney nasceu no dia 11 de julho de 1855 em Salt Lake City, Utah. Foi ordenado ao Quórum dos Doze Apóstolos em 9 de abril de 1906 pelo Presidente Joseph F. Smith. O Élder Whitney faleceu em 16 de maio de 1931 em Salt Lake City com 75 anos. Extraído de um discurso feito na sessão da noite de domingo da Conferência do Jubileu da AMM realizada em 7 de junho de 1925.

A Divindade de Jesus Cristo

Numa época em que o caráter divino e a missão do Redentor do mundo são questionados, até mesmo por muitos cristãos professos, o fato de que ainda existe “fé na terra” [Lucas 18:8] é motivo de contentamento e regozijo — fé em Jesus Cristo como o próprio Filho de Deus, como Salvador da humanidade, nascido de uma virgem, como mensageiro ungido e pré-ordenado Dele, que “amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:16)

Entre aqueles que se apegam a essa convicção encontram-se os santos dos últimos dias. (…) E esta noite desfraldamos nossa bandeira, adornada com o lema dos rapazes e moças de Sião: “Defendemos um testemunho individual da divindade de Jesus Cristo”.

Como Surge o Testemunho

Um testemunho assim pode surgir de uma maneira apenas — à maneira de Deus, não do homem. Ele não vem dos livros. As escolas não podem concedê-lo. Nenhum poder humano consegue comunicá-lo. Ele vem, se for o caso, como uma dádiva de Deus, por revelação direta e imediata do alto.

Jesus disse a Seu Apóstolo chefe: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Então Jesus disse: “Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas: porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus”. (Mateus 16:15–17)

Essa era a base do testemunho de Pedro, e é assim a base de todo testemunho real de caráter semelhante. Todos eles firmam-se sobre o mesmo alicerce.

Testemunho significa evidência, e pode consistir de coisas várias, frutos dos diversos dons do evangelho. Os sonhos, visões, profecias, línguas e sua interpretação, curas, e outras manifestações do espírito divino estão todos incluídos nessa categoria.

A Evidência Mais Incontestável

Mas o maior e mais convincente de todos os testemunhos é o que ilumina a alma sob o poder resplandecente e esclarecedor do Espírito Santo — o Consolador, prometido pelo Salvador a Seus discípulos, para que permanecesse com eles depois que Ele houvesse partido, para lembrar-lhes das coisas passadas e mostrar-lhes as coisas que ainda viriam, tornando manifestas as coisas de Deus, passadas, presentes e futuras.

O Maior Dom de Deus

Por meio desse Espírito e apenas por meio Dele podem os homens conhecer a Deus e a Jesus Cristo, a quem Ele enviou: conhecê-Los, e agir de maneira consistente com esse conhecimento, é apegar-se à vida eterna. Nenhuma coisa mais grandiosa pode sobrevir aos homens enquanto na carne do que o conhecimento acerca de como conseguir esse que é o maior de todos os dons celestiais.

Para conhecer a Deus, o homem precisa conhecer a si mesmo, precisa saber de onde veio, por que está aqui, o que dele espera Aquele que o enviou aqui, para onde irá quando partir desta vida mortal, e o que o espera além desta vida. O Santo Espírito é a fonte de onde flui esse conhecimento, o mais precioso que os homens podem ter. Por meio dele vem o testemunho de que Jesus Cristo foi e é divino. (…)

O Testemunho dos Tempos

“Eu sei que o meu Redentor vive” [Jó 19:25] — a carga do clamor exultante de Jó, alçando-se das profundezas de sua alma dolorosamente tentada, sofrida, e contudo paciente — ecoa em 10.000 corações, sim, 10.000 vezes 10.000 dentre os fiéis e justos, cujos testemunhos inspirados pelos céus repetem-se através das eras, desde os dias de Adão até os dias de Joseph Smith. As escrituras sagradas estão repletas de testemunhos da divindade de Cristo, atestada por uma infinidade de milagres e maravilhas.

Uma Vida e Morte Divinas

Mas mesmo que Cristo não tivesse realizado milagre algum — mesmo que Ele não tivesse andado sobre a água, curado os doentes, expulsado demônios, dado visão aos cegos, feito os coxos andarem, ou realizado qualquer outra coisa considerada pelos homens como sobrenatural, não foi sua vida vivida de maneira a prestar um irrepreensível testemunho de Sua divindade?

O que poderia ser mais divino do que a vida de Alguém que “andou fazendo bem” [Atos 10:38], ensinando os homens a perdoarem seus inimigos, a orarem por aqueles que os perseguiam, e a fazer aos outros aquilo que queriam que os outros lhes fizessem? E não estabeleceu Ele um exemplo magnânimo de generosidade quando, sobre a cruz e sob a agonia da morte, concedeu o perdão dos céus aos perpetradores de Seu assassínio? “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” [Lucas 23:34]

O que poderia ser mais divino do que isso? Quem, senão um Deus, poderia oferecer uma oração dessas numa hora tal? “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” [João 15:13] Mas ali estava Alguém que podia dar Sua vida por Seus inimigos, bem como por Seus amigos. Nenhum homem mortal poderia fazer isso. Foi necessário um Deus para morrer por todos os homens — tanto inimigos como amigos — e esse ato, por si só, confere divindade ao caráter e missão de Jesus Cristo.

Os Homens Que Sabiam

Os Doze Apóstolos eram Suas testemunhas especiais. Como testemunhas, eles tinham que saber, além de qualquer dúvida, que Ele era O que dizia ser. Era algo novo que se exigia deles. Eles deveriam afiançar Sua Ressurreição — e não havia ocorrido ressurreição sobre este planeta até que Cristo ressurgiu da tumba. Ele foi “as primícias dos que dormem”. [I Coríntios 15:20] Aqueles Apóstolos precisavam saber, e não apenas acreditar. Não poderiam sair ao mundo e dizer: “Acreditamos que Jesus ressuscitou dos mortos — essa é a nossa opinião e a nossa convicção”. Que impressão isso teria causado sobre uma geração endurecida pelo pecado? Não; uma mera crença não teria sido suficiente no caso deles. Eles precisavam saber, e souberam-no, pois O haviam visto e ouvido, e foi-lhes até mesmo permitido que O tocassem, para que pudessem convencer-se de que Ele era de fato a ressurreição e a vida. Era seu direito possuírem esse conhecimento, devido ao caráter singular de sua missão. Mas do mundo em geral foi exigido que acreditasse no que os Apóstolos testificavam a Seu respeito. (…)

Crença e Conhecimento

A busca por sinais é uma abominação, que indica uma disposição adúltera. Bênçãos advêm de acreditar sem ver, já que o desenvolvimento espiritual vem pelo exercício da fé, um dos grandes objetivos da existência terrena do homem, enquanto que o conhecimento, ao devorar a fé, impede que ela seja exercida, obstruindo o desenvolvimento. “Saber é poder”; e todas as coisas serão conhecidas no devido tempo. Mas o conhecimento prematuro — saber no momento errado — é fatal tanto para o progresso quanto para a felicidade.

O caso dos Apóstolos foi uma exceção. Eles estavam em uma posição peculiar. Para eles era melhor que soubessem — não, era absolutamente imprescindível — a fim de conferir a necessária força e poder ao seu extraordinário testemunho.

Poder do Alto

E ainda assim, mesmo no caso deles, algo mais era necessário do que ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, ou tocar com os dedos, para capacitá-los a saberem e a testificarem da divindade de Cristo. Pedro sabia, antes da Ressurreição, que Jesus era o Cristo, o Filho do Deus vivo — ele o sabia por revelação divina; e seus irmãos dentre os Doze tinham direito ao mesmo conhecimento, comunicado da mesma maneira.

Que algo além de Sua aparição a eles em um estado ressurreto era necessário para qualificá-los para o trabalho é mostrado pelo fato de que, após a aparição, e depois que Ele comissionou-os a irem “por todo o mundo, [e pregarem] o evangelho a toda criatura” [Marcos 16:15], ordenou-lhes que ficassem em Jerusalém até que fossem “do alto (…) revestidos de poder”. [Lucas 24:49] Eles obedeceram, e o poder veio sobre eles — “do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso. (…) Línguas repartidas, como que de fogo (…) as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (Atos 2:2–4)

Os Apóstolos conferiram esse mesmo poder a outros, mesmo a todos os que tinham fé em Jesus Cristo, que se arrependeram de seus pecados, e foram limpos por meio do batismo pelas mãos daqueles que tinham a divina autoridade para assim oficiar; para que pudessem assim receber o Espírito Santo e pela obediência contínua pudessem ganhar a vida eterna.

Testemunho nos Últimos Dias

Isso nos basta quanto aos tempos de outrora. Falemos agora dos tempos modernos. Joseph Smith, a quem o Pai e o Filho revelaram-Se nas primeiras décadas do século dezenove, e através de quem o evangelho eterno, com todos os seus dons e bênçãos da antigüidade, foi restaurado no início desta, a última e maior das dispensações do evangelho; Joseph Smith, com quem Sidney Rigdon viu o Filho de Deus sentado à mão direita de Deus e vislumbrou as glórias da eternidade; Joseph Smith, com quem Oliver Cowdery contemplou Jeová, mesmo Jesus Cristo, de pé no parapeito do púlpito no Templo de Kirtland; Joseph, o profeta do martírio, que deu a vida para lançar o alicerce desta obra — deixou registrado mais que um vigoroso testemunho quanto à divindade de Jesus Cristo. E dezenas de milhares de santos fiéis regozijaram-se e regozijam-se nesses testemunhos, a eles confirmados pelo poder do Espírito Santo, que a tudo convence.

No Campo Missionário

Permitam-me acrescentar minha pequenina contribuição ao volume de evidências que existem sobre esse tema tão importante. Há cinqüenta anos, ou pouco menos, eu era um jovem missionário no Estado da Pensilvânia. Eu vinha orando por um testemunho da verdade mas, a não ser por isso, não estava demonstrando muito zelo no trabalho missionário. Meu companheiro, um veterano no campo, repreendeu-me por minha falta de diligência nesse sentido. “Você devia estar estudando os livros da Igreja”, disse ele; “você foi enviado para pregar o evangelho, não para escrever para jornais” — pois isso era o que eu estava fazendo na ocasião.

Eu sabia que ele estava certo, mas ainda assim continuei, fascinado com a descoberta de que podia manusear habilmente uma caneta e preferindo aquilo a qualquer outra atividade com exceção do [teatro], minha ambição anterior, a qual eu havia depositado sobre o altar quando, como jovem de 21 anos, aceitei um chamado para o campo missionário.

No Getsêmani

Certa noite sonhei — se é que se podia chamar aquilo de sonho — que estava no Jardim do Getsêmani, como testemunha da agonia do Salvador. Eu O via tão bem quanto posso ver esta congregação. De pé, escondido atrás de uma árvore no primeiro plano, onde podia ver sem ser visto, eu contemplei Jesus, com Pedro, Tiago e João, ao entrarem por uma pequena cancela à minha direita. Deixando os três Apóstolos ali, depois de dizer-lhes para ajoelharem-se e orarem, Ele passou para o outro lado, onde também ajoelhou-Se e orou. Era a mesma oração com a qual estamos todos familiarizados: “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice: todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. ([Ver] Mateus 26:36–44; Marcos 14:32–41; Lucas 22:42.)

Enquanto Ele orava, as lágrimas desciam-Lhe pelo rosto, que estava voltado em minha direção. Fiquei tão comovido com a cena que também chorei, por pura solidariedade quanto a Sua grande dor. Todo meu coração enterneceu-se por Ele. Eu O amava de toda minha alma e desejava estar com Ele mais do que qualquer outra coisa.

Naquele momento Ele levantou-Se e foi até onde os Apóstolos estavam ajoelhados — profundamente adormecidos! Sacudiu-os gentilmente, acordou-os, e com um tom de terna censura, sem a menor mostra de ira ou repreensão, perguntou-lhes se não conseguiam vigiar com Ele nem por uma hora. Lá estava Ele, com o terrível peso dos pecados do mundo sobre Seus ombros, com as dores de cada homem, mulher e criança compungindo-Lhe penetrantemente a alma sensível — e eles não podiam vigiar com Ele por uma simples hora!

Voltando ao Seu lugar, Ele ofereceu a mesma oração como anteriormente; e então voltou e de novo os encontrou dormindo. Uma vez mais Ele acordou-os, admoestou-os e voltou ao Seu lugar, orando como antes. Três vezes isso aconteceu, até que fiquei perfeitamente familiarizado com Sua aparência — com Seu rosto, formas e movimentos. Ele tinha uma estatura nobre e um porte majestoso — absolutamente diferente do ser fraco e efeminado que alguns pintores retrataram — mesmo um Deus entre os homens, e ainda assim manso e humilde como uma criancinha.

Repentinamente, as circunstâncias pareceram modificar-se, mas a cena permaneceu exatamente a mesma. O acontecimento agora passava-se depois da Crucificação, e não antes, e o Salvador junto com aqueles três Apóstolos estava em pé, reunido em grupo com eles, à minha esquerda. Eles estavam prestes a partir e ascender ao céu. Eu não consegui mais suportar aquela cena. Corri para fora de meu esconderijo atrás da árvore, caí a Seus pés, abracei-O ao redor dos joelhos e supliquei-Lhe que me levasse Consigo.

Nunca irei esquecer-me do modo amável e gentil com que Ele inclinou-Se e levantou-me e me abraçou. Foi algo tão vívido, tão real, que senti até mesmo o calor de Seu peito, contra o qual eu descansava. Então Ele disse: “Não, meu filho; estes terminaram sua obra, e podem ir comigo, mas você deve ficar e terminar a sua”. Assim mesmo, permaneci abraçado a Ele.

Olhando para cima — pois Ele era mais alto que eu — fitei-O no rosto e implorei-Lhe com toda sinceridade: “Bem, prometa-me que poderei vir a Ti quando chegar o fim”. Ele sorriu com doçura e afeição e respondeu: “Isso irá depender totalmente de você”. Acordei com um soluço na garganta, e já era de manhã.

A Moral da História

“Isso é de Deus”, disse meu companheiro (Élder A. M. Musser), quando contei a ele o sonho. “Não preciso que me diga isso”, foi minha resposta. Eu havia percebido claramente a moral. Eu nunca havia pensado que seria um Apóstolo ou ocuparia qualquer outro cargo na Igreja; e mesmo naquela ocasião isso não me ocorrera. Ainda assim eu sabia que aqueles Apóstolos adormecidos significavam eu próprio. Eu estava adormecido em meu posto — como também está qualquer homem ou mulher que, tendo sido divinamente chamado a fazer alguma coisa, faz outra.

O Conselho do Presidente Young

Desde aquela hora, entretanto, tudo mudou — eu era um homem diferente. Não desisti de escrever, pois o Presidente Brigham Young [1801–1877], tendo notado algumas de minhas contribuições para os jornais locais, escreveu incentivando-me a cultivar o que chamava de meu “dom para escrever”, para que eu pudesse usá-lo em anos futuros “para o estabelecimento da verdade e retidão sobre a terra”. Essas foram suas últimas palavras de conselho a mim. Ele morreu no mesmo ano, enquanto eu ainda estava no campo missionário, embora na ocasião trabalhasse no Estado de Ohio. Continuei a escrever, porém para a Igreja e reino de Deus. Considerava aquilo o mais importante de tudo; todo o restante era secundário.

O Testemunho do Orador

Então veio-me a iluminação divina, que é maior que todos os sonhos, visões e outras manifestações combinados. Por meio da luz que provém de Deus — o dom do Espírito Santo — eu vi o que nunca havia visto até então, aprendi o que até aquele momento jamais havia aprendido, e amei ao Senhor como nunca O havia amado antes. Minha alma ficou satisfeita, minha alegria foi completa, pois eu possuía um testemunho da verdade, e ele permanece comigo até hoje.

Eu sei que o meu Redentor vive. Nem mesmo Jó o soube com tanta certeza. Possuo evidências das quais não posso duvidar; e é por isso que estou entre aqueles que esta noite desfraldam o lema que defendemos, possuindo e proclamando um testemunho individual da divindade de Jesus Cristo.

Publicado em Improvement Era, janeiro de 1926, pp. 219–27; pontuação, emprego de maiúsculas e ortografia modernizados.