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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Leais à Fé de Nossos Antepassados

Família Pioneira Ajoelhada na Neve, de Michael T. Malm
Leais à Fé de Nossos Antepassados
Thomas S. Monson
Presidente Thomas S. Monson

John Linford tinha 43 anos quando ele e sua mulher, Maria, e três de seus filhos tomaram a decisão de sair de sua casa, em Gravely, Inglaterra, para viajar milhares de quilômetros a fim de reunirem-se com os santos no Vale do Grande Lago Salgado. Deixaram para trás o quarto filho, que estava servindo missão, venderam seus pertences e embarcaram no navio Thornton, em Liverpool.

A viagem pelo mar até a cidade de Nova York e depois por terra até Iowa transcorreu sem incidentes. No entanto, os problemas começaram pouco após a família Linford e outros santos dos últimos dias que haviam embarcado no Thornton saírem de Iowa City, em 15 de julho de 1856, integrando a malfadada companhia de carrinhos de mão de James G. Willie.

O mau tempo e a árdua jornada resultaram em enfermidade e morte para muitos da companhia, incluindo John. Ele acabou ficando tão doente e fraco que teve de ser transportado dentro de um carrinho de mão. Quando a companhia chegou ao Wyoming, sua saúde havia se deteriorado significativamente. Uma equipe de resgate que saiu de Salt Lake City chegou no dia 21 de outubro, apenas algumas horas após o fim da jornada mortal de John. Ele havia falecido naquela manhã, próximo das margens do Rio Sweetwater.

Será que John lamentava ter trocado o conforto e a tranquilidade pelas dificuldades, provações e pelos problemas que enfrentou para levar sua família a Sião?

“Não, Maria”, disse ele à esposa pouco antes de morrer. “Estou contente por ter vindo. Não vou chegar vivo a Salt Lake, mas você e os meninos vão, e não lamento tudo o que passamos se nossos filhos puderem crescer e criar sua família em Sião.”1

Maria e os filhos concluíram a jornada. Quando Maria faleceu, quase 30 anos mais tarde, ela e John deixaram um legado de fé, serviço, devoção e sacrifício.

Ser santo dos últimos dias é ser pioneiro, porque a definição de pioneiro é “alguém que vai à frente para preparar ou abrir o caminho para que outros o sigam”.2 E ser pioneiro é estar acostumado ao sacrifício. Embora já não se exija que os membros da Igreja abandonem seu lar para fazerem a jornada até Sião, com frequência eles precisam deixar para trás velhos hábitos, costumes de longa data e amigos queridos. Alguns tomam a angustiante decisão de deixar para trás familiares que se opõem à sua filiação à Igreja. Os santos dos últimos dias, porém, seguem adiante, orando para que seus entes queridos venham um dia a entender e aceitar.

O caminho de um pioneiro não é fácil, mas seguimos os passos do mais sublime Pioneiro, sim, o Salvador, que foi à frente, mostrando-nos o caminho a seguir.

“Vem, segue-me”,3 convidou Ele.

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida”,4 declarou.

“Venha a mim”,5 chamou Ele.

O caminho pode ser difícil. Alguns têm dificuldade para resistir às zombarias e aos comentários maldosos de tolos que ridicularizam a castidade, a honestidade e a obediência aos mandamentos de Deus. O mundo sempre fez pouco caso da fidelidade a princípios. Quando Noé foi instruído a construir uma arca, o povo insensato olhou para o céu sem nuvens e zombou e o ridicularizou: até que as chuvas chegaram.

No continente americano, há muitos séculos, as pessoas duvidaram, questionaram e desobedeceram até que o fogo consumiu Zaraenla, a terra cobriu a cidade de Moronia e a cidade de Morôni submergiu no mar. Não houve mais ridicularizações, zombaria, obscenidade e pecado. Foram substituídos por um sombrio silêncio e uma densa escuridão. A paciência de Deus havia se esgotado, Seu cronograma se cumpriu.

Maria Linford nunca perdeu a fé a despeito da perseguição na Inglaterra, das dificuldades da jornada até “o lugar que Deus (…) preparou”6 e das subsequentes provações que suportou por sua família e pela Igreja.

Em 1937, numa cerimônia realizada ao lado da sepultura em memória de Maria, o Élder George Albert Smith (1870–1951) perguntou à posteridade dela: “Vocês serão leais à fé de seus antepassados? (…) Esforcem-se para ser dignos de todos os sacrifícios que [eles] fizeram por vocês”.7

Ao procurarmos edificar Sião em nosso coração, nosso lar, nossa comunidade e nosso país, lembremo-nos da coragem resoluta e fé inabalável daqueles que deram tudo o que tinham para que pudéssemos desfrutar as bênçãos do evangelho restaurado, com sua esperança e promessa por meio da Expiação de Jesus Cristo.


Notas

  1. Ver Andrew D. Olsen, The Price We Paid [O Preço Que Pagamos], 2006, pp. 45–46, 136–137.
  2. The Compact Edition of the Oxford English Dictionary, 1971, “pioneer”.
  3. Lucas 18:22.
  4. João 14:6.
  5. João 7:37; ver também 3 Néfi 9:22.
  6. “Vinde, Ó Santos”, Hinos, nº 20.
  7. Ver Olsen, The Price We Paid, pp. 203–204.

sábado, 4 de junho de 2016

Nosso Pai, Nosso Mentor

Nosso Pai, Nosso Mentor
Dieter F. Uchtdorf
Presidente Dieter F. Uchtdorf
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência


Alguma vez já abriu uma caixa de peças, tirou as instruções de montagem e pensou: “Isto não faz o menor sentido”?

Apesar de bem-intencionados e autoconfiantes, às vezes pegamos uma peça e perguntamos: “O que é isto?” ou “Onde será que se encaixa?”

Nossa frustração cresce ao olharmos a caixa e vermos o aviso: “Necessita montagem — para crianças a partir de 8 anos de idade”. Como ainda estamos totalmente perdidos, isso não contribui em nada para nossa confiança ou autoestima já abalada.

Às vezes passamos por experiências semelhantes no evangelho. Ao pensarmos em determinado aspecto dele, pode ser que fiquemos perplexos, sem compreender para que serve. Ou ao examinarmos outro princípio, talvez percebamos que, mesmo após árduas tentativas para chegar a um entendimento pleno, simplesmente não conseguimos compreender por que foi incluído.

O Pai Celestial É Nosso Mentor

Felizmente, o Pai Celestial nos deixou instruções maravilhosas para estruturar nossa vida e nos ajudar a atingir nosso potencial. Elas funcionam para todas as idades e circunstâncias. Ele nos concedeu o evangelho e a Igreja de Jesus Cristo. Agraciou-nos com o plano de redenção, o Plano de Salvação, sim, o plano de felicidade. Não nos abandonou à própria sorte em meio a todas as incertezas ou desafios da vida, dizendo: “Chegou a hora da verdade. Boa sorte. Vire-se sozinho”.

Se formos pacientes e tivermos um coração humilde e a mente aberta, constataremos que Deus nos deixou muitas ferramentas para compreendermos melhor Suas instruções detalhadas para nossa felicidade na vida:

Deu-nos o dom inestimável do Espírito Santo, que tem o potencial de ser nosso tutor celestial pessoal ao estudarmos a palavra de Deus e procurarmos harmonizar nossos pensamentos e atos com Sua palavra.
Deu-nos acesso a Ele 24 horas por dia, sete dias por semana, por meio de orações fervorosas e súplicas com real intento.
Deu-nos apóstolos e profetas modernos, que revelam a palavra de Deus em nossos dias e têm autoridade para ligar ou selar na Terra e no céu.
Restaurou Sua Igreja — uma organização de pessoas que creem e trabalham em conjunto para ajudar uns aos outros a operarem sua salvação com temor, tremor e alegria incomparável.1
Deu-nos as santas escrituras, Sua palavra escrita para nós.
Deu-nos inúmeras ferramentas de tecnologia moderna para nos ajudar em nossa jornada do discipulado. Muitos desses instrumentos maravilhosos podem ser encontrados no site LDS.org.
Por que o Pai Celestial nos proporcionou tanta ajuda? Porque nos ama. E porque, como Ele mesmo declarou: “Esta é minha obra e minha glória: Levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”.2

Em outras palavras, o Pai Celestial é nosso Deus, e Deus é um mentor para nós.

Nosso Pai Celestial conhece as necessidades de Seus filhos melhor que ninguém. É Sua obra e glória assistir-nos a cada momento, dando-nos recursos materiais e espirituais excepcionais para nos auxiliar em nosso caminho de volta a Ele.

Todo Pai É um Mentor

Em algumas partes do mundo, as famílias e a sociedade como um todo festejam o dia dos pais. É sempre bom honrar e respeitar nossos pais. O pai faz muitas coisas por sua família e tem diversos atributos admiráveis. Dois dos papéis mais importantes que o pai desempenha na vida dos filhos são o de bom exemplo e de mentor. O pai não se limita a dizer aos filhos o que é certo ou errado; faz muito mais do que atirar um manual no colo deles, na esperança de que entendam a vida por si próprios.

O pai é um mentor para seus filhos preciosos e mostra por meio de seu bom exemplo como se leva uma vida honesta. O pai não deixa os filhos sozinhos, mas corre para acudi-los se necessário, ajudando-os a reerguerem-se sempre que tropeçarem. E às vezes o pai permite, por uma questão de sabedoria, que os filhos passem por situações difíceis, pois percebe que pode se tratar da melhor maneira de aprender.

Somos Todos Mentores

Ao passo que os pais terrenos agem dessa forma por seus próprios filhos, a disposição para orientar e acompanhar é algo que precisamos oferecer a todos os filhos de Deus, independentemente da idade, do local ou das circunstâncias de cada um. Lembre-se de que os filhos de Deus são nossos irmãos; todos fazemos parte da mesma família eterna.

Nesse sentido, sejamos todos mentores — ansiosos para estender a mão e amparar uns aos outros a fim de nos tornarmos o melhor que podemos ser. Por sermos filhos de Deus, temos o potencial de nos tornarmos semelhantes a Ele. Amar a Deus e ao próximo, guardar os mandamentos de Deus e seguir o exemplo de Cristo constituem o caminho estreito, apertado e bem-aventurado que nos conduzirá de volta à presença de nossos pais celestes.

Se o Deus do Universo Se importa tanto conosco a ponto de ser um mentor para nós, talvez nós também possamos estender a mão a nossos semelhantes, sem distinção de cor, raça, situação socioeconômica, língua ou religião. Tornemo-nos mentores inspirados e abençoemos a vida dos outros — não só a de nossos próprios filhos, mas também a de todos os filhos de Deus no mundo inteiro.


Ensinar Usando Esta Mensagem

Você pode começar pedindo às pessoas a quem você ensina que pensem numa ocasião em que o Pai Celestial as tenha orientado. Em seguida, peça que pensem em semelhanças entre esse momento e outro em que foram orientadas por seu pai terreno. Incentive-as a anotar as semelhanças na maneira em que foram guiadas e acompanhadas. Desafie-as a procurar aplicar a característica que anotaram a fim de serem um melhor exemplo para os outros.

Crianças
A Ajuda do Pai Celestial

Por nos amar, o Pai Celestial nos deu muitas ferramentas, ou presentes, para nos ajudar. Faça a correspondência entre cada presente e desenho. Como esses presentes podem abençoar sua vida e a dos outros?

poder do sacerdócio

oração

amor ao próximo

Amo Você

apóstolos e profetas

escrituras



Notas
  1. Ver Atos 13:52; Filipenses 2:12.
  2. Moisés 1:39.